CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Fabricantes e importadores de pilhas assinaram acordo com o governo do Estado de São Paulo para recolher o material descartado por consumidores e expandir pontos de coleta instalados no comércio paulista.
O acordo faz parte da política estadual de resíduos sólidos, de 2006, que prevê que a indústria se responsabilize pelo recolhimento, pelo tratamento e pela destinação final dos resíduos que produz.
Outros três setores também se comprometeram com a coleta de dejetos: o de embalagens plásticas de óleos lubrificantes, o de embalagens de produtos de higiene pessoal, cosméticos e material de limpeza e o de embalagens de agrotóxicos. A expectativa é que mais nove setores assinem acordos ainda neste ano.
“A ideia é estimular parceria da indústria com o varejo para que todos assumam a responsabilidade na coleta de resíduos. Os acordos serão acompanhados pela Cetesb”, diz Flávio Ribeiro, assistente técnico da Secretaria de Meio Ambiente do Estado.
A Abinee, associação que representa os fabricantes de pilhas e baterias de uso doméstico, tem programa de coleta em 1.068 pontos do país. A meta é ampliar os postos de coleta no Estado de 400 para 500 até dezembro.
Hoje, três redes de supermercado fazem a coleta e participam do programa “Abinee Recebe Pilhas” -Carrefour, Pão de Açúcar e Walmart.
“Desde 2011, recolhemos 120 toneladas de pilhas por meio da empresa GM&C, que gerencia a coleta, separa o material por fabricante e envia para a reciclagem”, diz André Saraiva, diretor da Abinee. O custo é rateado entre as 11 marcas que integram o programa da associação.
O Brasil consome 1,2 bilhão de pilhas e baterias por ano. Para o setor, o maior problema é que parte das pilhas coletadas são pirateadas.
“Do total consumido, 400 milhões são falsificados e têm níveis de metais pesados acima do permitido, o que dificulta a reciclagem”, diz Saraiva. A empresa responsável pela coleta já identificou 213 marcas de pilhas que entram no país de forma ilegal.
Fonte: Folha de SPaulo/Mercado